domingo, 20 de novembro de 2011

Ainda o espero




Se eu fechar meus olhos, ainda posso sentir de leve o sabor dos teus beijos.
Mas, definitivamente isso não faz com que eu te ame mais, ou ainda te ame.
Apenas estou tentando trazer de volta o sentimento de prazer que o seu amor me causava.
Estou à procura da resposta, do ensinamento, afinal o que foi mesmo que aprendi com todo este amor que lhe entreguei?
O que aprendi com todos os amores que já amei?
Cada um com seu jeito especial, com sua história, com o seu sabor... Ah os sabores, é deles que mais sinto falta.
Por um tempo, ainda me culpei...
Às vezes é mais fácil aceitar a culpa do que atribuí-la ao outro. Procurei intensamente corrigir erros que na verdade não existiam, encontrar resposta a perguntas absurdas, encontrar a perfeição para o imperfeito.
Na verdade eu nada encontrei, além de um vazio enorme.
Encontrei-me á beira de um abismo particular a busca de um amor maior, do meu amor.
Para amar é preciso mais que amor é preciso de paz, de sabedoria, de entrega, de equilíbrio, de vontade...
É preciso que não se feche os olhos em uma busca desnorteada, desesperada, enlouquecida. É necessário que se feche os olhos e que com calma peça baixinho que o amor chegue deixando que ele se instale e se sinta bem à vontade.
Talvez eu nada tenha aprendido com meus amores...
Talvez eu ainda não aprendi a amar!
Mas o caminho ainda não acabou, a tanto que viver...
A espera parece infinita, um horizonte sem fim.
Mas o amor nada mais faz do que completar, encaixar, fazer bem...
A leveza dos dias intermináveis, o aconchego de uma noite fria, o abraço inesperado.
Ainda o espero...
Isabel Melo
São Paulo, 21 de Novembro de 2011.
Imagem By Google

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Paciência






Maldito relógio... Estou atrasada.
Onde esta o tênis?
O café gelado, o transito parado e o relógio a me olhar...
O cheiro da fumaça, o cinza na vidraça, o caminhão a poluir.
A mata esta inata, a vida tão sem graça e a educação acabou.
Respiro fundo e  conto até dez, o ar não esta puro começo a espirrar e o relógio a me olhar
A um passo do abismo vejo as cores no céu se desfazendo.
Procuro as respostas entre as nuvens, mas entre o barulho dos carros um minuto de silêncio.
Sinto que estou sendo observada... O relógio!
Em meio a tantas vozes, a tantos sons, sou surpreendida com apenas duas palavras: BOM DIA!
Seguido de um sorriso sem jeito, uma resposta quase que sussurrada.
Tento alinhar os pensamentos com os sentimentos, tento manter o discernimento quem dera ter o dom da paciência e mais uma vez respiro fundo...
Pisaram no meu pé, preciso urgente de mais um café...
O ônibus esta lotado, meu corpo se entregando ao cansaço.
O relógio ainda esta a me olhar, me lembro que ainda há tanto a fazer.
Acho que ainda vou demorar a chegar, fecho os olhos não fará nada mal cochilar.
Saco! O ponto passou, o frio congela, os pés doem...
A paciência acabou o relógio voou, a lagrima rolou..
Enfim em casa estou.
Isabel Melo
20 de Outubro de 2011.


Imagem : By Google

sábado, 15 de outubro de 2011

Imagine




De frente com o mar, sobre as pedras...
E no horizonte eis que surge o nascer do sol.
Nada além da alegria em sentir essa energia ...
Hoje eu só queria fugir... Colocar os pés na areia e fingir que nada mais tem importância, só a sua companhia e a brisa do mar! 



 Isabel Melo
15 de Outubro de 2011.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Coração Mudo



Coração Mudo

Não sei por que ainda me esforço para entender certas coisas...
Por que ainda procuro resposta em perguntas mudas...
Calo-me a boca, mas o coração grita.
Fecho-me os olhos e ainda sim se brota a lágrima.

Um forte aperto me vem ao peito, chorar já não me alivia.
Afinal não sei se o choro lavará a minha alma ou apenas alagará meus olhos.
E novamente me vejo embalsamando um sentimento, que há muito deixei guardado.
Enganei-me quando pensei estar certa, do que não tinha certeza, mas me deixei levar.

Só me restam as incertezas...
E as horas que passam lentamente sempre me dizendo que o tempo custará a passar.
Os meus sonhos se tornaram insônias profundas e noites sombrias.
A cada dia me descubro, me espanto, me renovo... Mas ainda sim sou a mesma!

Certos caminhos se cruzam e se separam...
Certos olhares não se esquecem jamais...
Ainda que eu tenha que aprender, me pergunto:
“onde estarão as respostas, deste coração mudo?”


Isabel Melo
São Paulo, 22 de Agosto de 2011.


quarta-feira, 2 de março de 2011

Chamo-Me Saudade



Hoje me chamo saudade...
De uma infância quase esquecida pela memória já um pouco gasta,
De amigos especiais que há muito tempo não  vejo.
Saudades da esperança, da alegria e também das tristezas.
Sabe aquela tristeza que te faz chorar sozinha a madrugada toda e que de tanto chorar acaba dormindo?
É dessa que estou falando.
Dos dias em que meus sonhos não eram pesadelos e duravam oito horas todas as noites.
Ver o nascer do sol, voltando para a casa depois de uma noite incrível com os amigos
Ou o pôr do sol na beira da praia...
Saudades de cinco minutos sem pensar em nada, das férias em família dos almoços de domingo.
Tomar banho de chuva, brincar de pique - esconde.
São tantas as saudades!
E em meio há tantas lembranças, descobri que recordar é viver...
E transformei-me em apenas saudades...
Isabel de Melo.
Taubaté 24 de Setembro de 2010.

Levantar

Hoje acordei com um pensamento:
‘’O que me faz levantar?!’’
Os músculos do meu corpo, um respirar, o abrir dos meus olhos.

O sol está quente lá fora, ouço as crianças brincando na rua, sinto as batidas do meu coração, mas ainda não sei por que levantei.
Penso em voltar para a cama, para o sonho, para o nada.
Olho para o relógio, e simplesmente esqueço-me. O espelho nada me diz.

Tenho a leve sensação de estar me esquecendo,
Esquecendo de lembrar o que quero esquecer.
Alguém lá fora está chamando, vou me atrasar!
Lembrei o porquê tenho que levantar...
É por que ainda tenho que viver.
Isabel de Melo
05 de Maio de 2010.